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A norma entre as normas

 

Julho de 2013 é um marco para todos os setores envolvidos na construção civil. Naquela data entrou em vigor a revisão da ABNT NBR 15575 — Edificações Habitacionais — Desempenho, que viria a atribuir responsabilidades a todos os elos da cadeia produtiva desse campo. Chamada por alguns de “norma-mãe”, tamanho seu impacto no setor, a nova norma de desempenho traz grandes contribuições para a qualidade das edificações, como nos explica Fabiola Rago Beltrame na entrevista a seguir.

Qual é o panorama atual sobre a nova norma de desempenho?
A NBR 15575 torna acessíveis várias normas já existentes em nosso setor e muitas vezes não utilizadas por não serem conhecidas. Portanto, cada setor é responsável por divulgar em larga escala suas normas escritas com competência técnica. Por exemplo, quantos guarda-corpos ainda não são instalados com vidro laminado e quantas portas de correr em varandas ainda não utilizam vidros temperados, abaixo da altura de 1,10m? E a NBR 7199 especifica isso desde 1989. Logo, todos os engenheiros e arquitetos deveriam saber disso, especificar dessa forma e avaliar se o projeto foi atendido durante sua instalação. A norma de desempenho veio para contribuir com esta falta de informação em nosso meio técnico. Afinal, agora todos são responsáveis pelo atendimento às normas técnicas, e o desconhecimento não é mais uma desculpa válida.

 
 

Que aspectos sobre a adequação das fachadas à nova norma merecem destaque?
Para que uma edificação atenda aos requisitos para os Sistemas de Vedações Verticais Internas e Externas (SVVIE), a esquadria utilizada deve atender à NBR 10821-2 — Esquadrias Externas para Edificações, além dos requisitos de desempenho acústico e térmico. Os arquitetos devem avaliar a melhor esquadria a ser utilizada desde a concepção do projeto, passando pela correta especificação, seleção de fornecedores, aquisição e a tão preocupante instalação. Desde 2010 o setor de esquadrias vem ensaiando o isolamento acústico das esquadrias e desenvolvendo produtos para todos os tipos de edificações e locais de instalação das obras, de ruas silenciosas a avenidas em grandes centros urbanos e próximas de aeroportos. Hoje, dois anos depois da vigência da NBR 15575-4, o atendimento das esquadrias à sua norma de classificação e desempenho é solicitado por grande parte das construtoras que estão realmente preocupadas em atender a norma de desempenho, e o isolamento acústico das esquadrias é questionado pelos clientes ainda mais. Tanto que, mesmo antes da publicação do projeto da NBR 10821-4 (Esquadrias Externas para Edificações – Requisitos adicionais de desempenho), a etiqueta acústica já é uma realidade adotada por muitos fabricantes de esquadrias e construtoras (veja ao lado).

 

Em que medida a norma vem contribuir para as práticas de construção sustentáveis?
Todos os requisitos da norma de desempenho nos levam a menos desperdício, reaproveitamento de materiais, manutenções programadas e com custos acessíveis, entre outros. Quando falamos em vidros e esquadrias, o requisito diretamente ligado à sustentabilidade da edificação é o conforto térmico, que necessita de uma esquadria com ventilação eficiente e condições de sombreamento externo ao vidro, além de vidros com fator de proteção solar em locais de climas mais quentes. Para esse requisito também foi elaborada, em conjunto com o setor do vidro, uma etiqueta para indicação do desempenho térmico das esquadrias (veja ao lado), que leva em consideração a tipologia da esquadria, o perfil e o vidro utilizado. Podemos dizer que, como fruto da NBR 15575, os desenvolvimentos continuam a todo vapor e em breve esquadrias mais eficientes, com abertura total e condições de sombreamento total, que se mantenham acusticamente eficientes e totalmente estanques e seguras, estarão despontando no mercado, pois já há solicitação desse produto.

 

 

Fabiola Rago Beltrame é mestre em engenharia civil, diretora do Instituto Beltrame da Qualidade, Pesquisa e Certificação (IBELQ) e coordenadora da Comissão de Estudos Especiais de Esquadrias (CEE-191), da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

 
 

Desafios para a arquitetura

Eleita presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA) em junho passado, Miriam Addor comenta os fatores que têm contribuído para o alinhamento dos arquitetos às inovações do mercado e os desafios a serem enfrentados por esses profissionais.

 
 

Que fatores têm colaborado para que os arquitetos estejam alinhados com as inovações tecnológicas disponíveis no mercado brasileiro?
Alguns fatores preponderantes têm contribuído para esse alinhamento com a presença de novas tecnologias e processos de apoio ao projeto, como a arquitetura digital e o BIM, por exemplo. Fornecedores de softwares que dão apoio a esses processos já estão disponíveis no Brasil, mas ainda restam políticas nacionais de financiamento e melhorias de condições para aquisição dos softwares. Na área de exposições, as diversas feiras que ocorrem no Brasil com a participação das empresas e o suporte à especificação também têm contribuição importante, assim como a regulamentação através de normas técnicas — preocupação de arquitetos, construtores e contratantes. Ainda há um grande caminho a  se percorrer, uma vez que a rede da construção como um todo deve estar alinhada na busca de inovações tecnológicas e isso passa pelo projeto e chega ao pós-obra.

Quais os desafios a serem transpostos para um melhor exercício profissional de arquitetos e urbanistas  no Brasil?
Os desafios a serem transpostos ainda são muitos. A profissão começa na Universidade, onde há esforços para propor novas grades curriculares que privilegiem a formação e também o atendimento às necessidades do mercado. A  formação do arquiteto não está voltada a administração e seu “negócio de arquitetura”, e isso também deve ser foco de atenção, uma vez que os arquitetos devem administrar seus escritórios. O sistema de cobrança dos projetos também deve ser enfocado. O CAU-BR  está em fase de divulgação da tabela de honorários para cobrança de projetos de arquitetura. Isso está sendo um grande avanço em nossa profissão e deve ter caráter nacional, a fim de elevar o patamar de contratação e valorizar o trabalho do arquiteto.

 
 
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